Numa acção colectiva com outras organizações da sociedade civil, o Ondjango Feminista subscreveu uma carta dirigida à Assembleia Nacional, Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Ministério da Justiça e Direitos Humanos bem como o Ministério das Finanças. Na carta, expressamos a nossa preocupação com a falta, pelo segundo ano consecutivo, de alocação de uma verba para o Programa de Apoio a Vítima de Violência na recém aprovada proposta do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2022.

Há algum tempo, as nossas companheiras Sizaltina Cutaia e Âurea Mouzinho escreveram para a Revista Feminista "Feminist Africa", na sua 22ª edição, um artigo que faz Reflexões sobre as Organizações Feministas em Angola. A Revista é gerenciada pelo African Gender Institute e tem uma vasta bibliografia de artigos escritos por feministas africanas.
Tradução e edição: Nakamela Tchimbili e Tchenguita

Desde o Ondjango Feminista temos a satisfação de anunciar ao nosso público a 6ª edição do FAOFEM (Fórum Anual do Ondjango Feminista), edição de 2021, que acontecerá nos dias 4 e 5 de Setembro, na Academia BAI, em Luanda. É um evento gratuito, participativo e exclusivo para mulheres.

A comuna da Bata-Bata dista a 42 quilómetros da sede municipal da Humpata, na província da Huíla, e tem uma população estimada em perto de 17 mil habitantes. Este número está a reduzir em função do êxodo rural e das mortes que têm ocorrido. Neste momento, a comuna precisa de programas integrados e abrangentes: é preciso garantir-lhes apoios do ponto de vista de acções directas para o acesso imediato a alimentos, à água e ao vestuário. Na sequência, deve-se levar a cabo acções de desenvolvimento que garantam acesso à educação, à saúde, à capacitação técnica, bem como acções voltadas ao exercício da cidadania.

Hoje lançamos o nosso INQUÉRITO SOBRE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA, cujo objectivo é igualmente a recolha de dados para fortalecer a produção de conteúdo e o trabalho de advocacia em torno do fim deste tipo de violência.

Os dados recolhidos no inquérito serão apresentados e analisados na 5ª edição do Informe TUBA!, que visa ressignificar a forma de abordar a violência contra a mulher em Angola em todas as suas formas e manifestações.

POR LEOPOLDINA FEKAYAMÃLE

Mulheres são humanas, pessoas sujeitas a não lidar bem com vários tipos de personalidades e a não criar automaticamente laços com outras mulheres: é normal, é natural. Laços de amizade levam tempo a serem construídos, podem ou não emergir de relações de trabalho e no processo de activismo, mas pode sempre existir respeito e admiração entre mulheres. E é tendo em conta estes factos que urge cada vez mais interiorizarmos que as nossas diferenças de personalidade não nos devem impedir de fazermos alianças de trabalho e políticas.

POR TCHENGUITA

Perdi as minhas vizinhas, enquanto crescia, todas elas jovens, todas elas com pouca escolaridade, todas elas massa, número, estatística. Como elas, ao redor de Angola tantas outras mulheres têm morrido pela pobreza extrema e o abandono, pela falta de políticas públicas que as inclua. Num país em que a luva do hospital sai directamente do bolso do paciente, não via imposto, directamente. Onde todos os serviços são privatizados e quem é pobre ainda tem de pagar para ter direito a cidadania. Um país onde nada funciona.

Desde o Ondjango Feminista, com muita satisfação, comunicamos à nossa comunidade que o nosso Informe TUBA, edição de 2020, está disponível no nosso site em INGLÊS e FRANCÊS. O TUBA é um Informe de inteira responsabilidade do Ondjango Feminista, produzido anualmente. Traz sempre diversas abordagens que espelham diferentes realidades da situação das mulheres em Angola. Na edição de 2020, o nosso tema central é "RESISTÊNCIA ECONÓMICA DAS MULHERES: UM DESAFIO DIÁRIO"!